A Família que faz a diferença no enfrentamento ao abuso e depêndencia de Drogas – Parte 2

A família que faz diferença Parte 2

A FAMÍLIA QUE FAZ A DIFERENÇA Fatores de risco

Laura Fracasso – Psicóloga Clínica

Dando continuidade ao texto “A Família que faz a Diferença no Enfrentamento ao Abuso e Dependência de Drogas” apresentarei os Fatores de Risco e Proteção.

Parte 2

 Fatores de risco e proteção no cuidar e educar

É importante conhecer o potencial de risco e os fatores de proteção existentes na família porque podem contribuir para mudar o curso de um acontecimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

Riscos

  • Pais abusadores ou dependentes, por seus exemplos de conduta;
  • Isolamento social entre os membros e segredos familiares;
  • Relações conflituosas ou excessivamente permissivas;
  • Falta de estímulo da família para os estudos, lazer e outras práticas laborais;
  • Ausência do elemento paterno, agressividade e relações disfuncionais;
  • Inexistência de diálogo e afetividade na comunicação entre os membros, acarretando resistência ao assunto e, portanto, ao tratamento;
  • Ausência e descontinuidade de critérios na aplicação de regras familiares e limites;
  • Desinteresse dos pais pelas atividades e conquistas dos filhos e na participação de seus sucessos e fracassos;
  • Tolerância dos pais em relação ao consumo de álcool e tabaco;
  • Falta de informação sobre as drogas;
  • Crises socioeconômicas;
  • Incoerência e incongruência dos pais quanto ao padrão educacional a ser adotado para os filhos;
  • Expectativas negativas em relação aos filhos, aos cônjuges e companheiros;
  • Pais que não fornecem um bom modelo social e que, portanto, não transmitem as normas e valores morais socialmente aceitos.

 

Proteção

  • Vinculação familiar com o desenvolvimento de valores, boa interação entre os membros;
  • Compartilhamento de tarefas no lar;
  • Diálogo e troca de informações entre os membros sobre suas rotinas e práticas diárias;
  • Valorização de um padrão de vida saudável na família;
  • Laços afetivos significativos entre os membros;
  • Estímulo e valorização da educação formal;
  • Expectativas positivas em relação aos filhos e aos demais membros da família;
  • Predomínio de estilo compreensivo de vida sem autoritarismo ou permissividade, mas com limites;
  • Relação de confiança entre pais e filhos;
  • Manifestação de interesse dos pais pela vida dos filhos e participação nos sucessos e fracassos dos mesmos;
  • Presença e constância de critérios claros na aplicação de regras disciplinares e desenvolvimento de valores no ambiente familiar;
  • Presença dos pais como modelos positivos quanto às questões sociais e morais e cultivo de valores familiares;
  • Postura clara e assertiva quanto ao uso de drogas pelos membros da família.

 

QUESTÕES PARA OS PAIS RESPONDEREM E COMPARTILHAREM  ENTRE SI

1 – Escreva três qualidades que você mais admira em cada um dos seus filhos ou suas filhas.

2- Escreva três limitações que causam preocupação com cada um dos seus filhos ou suas filhas e que requerem mais atenção.

3- Quais são seus medos em relação aos filhos ou filhas?

4- Já se sentiu mal sobre como os educa? O que fez quando se sentiu assim?

5- O que você mais admira em si como pai ou mãe?

6- Caso tenha um companheiro ou companheira, o que mais admira nessa pessoa como pai ou mãe?

7- Com quem você conta quando não sabe lidar com seu filho ou sua filha?

8- O que você gostaria de dizer aos outros pais a partir de sua experiência como pai ou mãe? Registre aqui suas mensagens.

 

Espero que todos possam ter feito reflexões que os ajudem não apenas a lidar com as dificuldades do dia a dia como também a identificar e valorizar o que a família tem apresentado de pontos fortes.

JUNGERMAN, Flávia S. e ZANELATTO, Neide A. Tratamento psicológico do usuário de maconha e seus familiares: um manual para terapeutas. São Paulo: Roca, 2007.